O
estupro de uma pátria
Uma
pátria sem língua
Uma
gente sem terra
Uma
terra com frutos, sem filhos
Colapso.
Esgotamento
O
riso ruindo, vindo abaixo
Em meio a guerra, ao fogo
Aperta o passo
Se esconde
Mata, colhe grão por grão
Perdendo a identidade
Falta visão pra sair da
prisão
Medo a céu aberto
Região. Religião. Ambição
Não são. Não podem
E eu, sem arco e sem
flechas
Sendo aldeada
Moral e estéticamente
Sou estrangeira
Esquisita
Diferente
Criminosa
Insolente
Sem fé
Em tempos onde a ganância
é maior que o amor...
Hoje, ontem
Em São Paulo ou na Coreia
Sempre
Quem é vítima de quem?
Em casa tem vários
jesuítas
Eu sou índia
Mofando danças, crenças e
deuses
Enterrada viva em meu
próprio lar
Por ele, que me querem
bem
Não sou. Não posso.
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