segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Escrita de Si Cênica: Tudo é construção por Camila Gregório

Senha (distribui os papéis)
Um corpo jogado sobre um banco.
Uma criança rodopiando.
Atendimento.
- “Tchau, tchau, Deus lhe pague”.
Bombardeio.
Somos bombardeados todos os dias, não somos atingidos por canhões, tampouco pelo fogo, mas pelas pessoas, as instituições, o governos, os jornais.
Bombardeios que não atingem o nosso corpo, mas a nossa alma.
Como se tudo não passasse de um grande terço.
Ave Maria... (fala freneticamente)
O bombardeio toma outras formas e aprisionam as pessoas em ideologias falsas, regras e condutas.
Será que isto é o que se passa na minha alma? Dúvida? Não, não posso ter dúvidas. Apenas a certeza contida no “Deus lhe pague”.
O bombardeio agora é o hit da moda. O “leque leque leque” que está nas ruas, nos celulares, nas rádios, nos carros. Deprimentemente fomos bombardeados.
“Obrigada”. “Deus lhe pague”. “Fica com Deus”. “Obrigada”. “Vai com Deus”.
Dúvida. Acho que as dúvidas sempre são bem vindas. “Este é o hit da moda? Copia pra mim que vou colocar no meu celular”.
Novo velho bombardeio. Índios e jesuítas: choque cultural de ambos os lados. Sem armas de fogo, sem cortar cabeças, mas pegando a cabeça de um por um e jogando em uma grande fogueira. O deus Tupan foi queimado vivo pelos cristãos.
Explosão. Novo Bombardeio. Agora o alvo sou eu, fui atingido. Dúvida. De quem é a verdade?
A verdade simplesmente não existe. Nós podemos construí-la.

Novo bombardeio. Criança rodopiando. Senha. Dobradura. Papel. Avião. Rodopio. Salto!

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