1: "Utopia da construção de uma
cristandade imune dos vícios da colonização"
Desde
sempre cada um olhando para seu próprio umbigo. Não querem ajudar, todos querem
tudo. Homens atravessam o mar, buscam poder, político, religioso, em nome de
Jesus! E os homens nus se encontram num impasse: 'Se correr o paulista pega. Se
ficar o jesuíta come (sua cultura, seu Deus). Entre morrer ou tentar, me parece
que escolheram morrer tentando.
2.1 e 2.2: "O aldeamento
não interrompeu a escravização de indígenas maromomi e a intromissão no próprio
aldeamento"
Diz respeito? Não? Desrespeito.
Fico tentando imaginar o estupro sofrido. Anos de cultura pisoteada,
trancafiada em caixas e jogadas ao mar. Uma hora estamos nos preparando pra
cena, aquecendo os corpos pra expor idéias... Chega um Amarildo e nos trata
como índios. Ignorando qualquer ritual.
2.3: "Para além das
tribos. A Chegada das armas de fogo"
Os perigos sempre existiram, mas antes eram conhecidos. Prejudicial e
alheio... Em quem confiar? Em meio a egos e necessidades. Confiar na sabedoria,
se nada é sabido?!
3.1: "Gente sempre
inquieta"
A chegada de homens dispostos a defender pode ter sido um alívio, mas o
fato de quererem empregar uma nova língua, um novo Deus, levarem seus filhos
pra longe de sua cultura... Me angustia.
3.2 e 3.3: "Brancos X
Brancos"
Havia conflitos de visões entre os jesuítas. Havia denuncias de jesuítas
contra paulistas. Revoltas de paulistas contra jesuítas.
Enquanto isso, talvez os maromomi tinham um pouco de paz.
4: "As letras em
todas partes são muito necessárias e mais numas partes que noutras... Mas pra
cá para essa gente do Brasil, poucas letras bastam"
Leio esse trecho, releio...
Primeiro pensei em ingenuidade. Depois no quanto estava sendo ingenua,
ou pior: corrompida. Sabiam o que precisavam saber. Que igrejas seriam
proliferadas, como uma praga. Só os fortes sobreviverão.
5: "Melhor morrer
que deixar de viver"
Sempre pode piorar! Não basta ceder, abrir mão de sua cultura, se vestir
'adequadamente', se limitar.
Sem a ajuda dos jesuítas, que era quase nada, e de suas 'boas ações'
para salvarem as alminhas, existia uma guerra permanente. Violência, abuso,
morte. Os paulistas, os jesuítas, a coroa, os franceses... Problemas maquiados.
Sempre em prol da vontade do outro. Trocas. Missionários que te
protegem em troca de fé e obediência. Mas é claro! A busca por poder enoja.
Mas e os índios? Pelo menos eles, só queriam a paz e suas terras. Ou
será que os espelhos eram muito interessantes?
6.1: "Consciência
da impessoalidade"
Provavelmente não tinha nada a ver com bondade e salvação. O que uma
tribo pequena, andarilha, sem terras, teria a oferecer, se não suas vidas,
para serem entregues a Jesus? Para alguns, comida. Para outros, mão de obra escrava.
Ao menos os jesuítas só queriam suas almas. Não, pera...!
6.2: "A saída dos
jesuítas facilitou a repartição dos indígenas entre os moradores, sendo
submetidos a trabalhos forçados nas fazendas, nas entradas para o sertão e como
carregadores"
Sistema, produto, número. Num dia você é gente, no outro é bicho e aí te
etiquetam e usam como acham necessário.
Ainda hoje é assim, só que agora, generosamente, temos horário de
almoço.
7: Preparando o levante
"Frente à escravização, os maromomi tiveram 3 atitudes: aceitar
como um mal inevitável, reagir de forma violenta ou fugir para o sertão. A
aceitação deve ter sido vista como uma forma de sobrevivência. Mas seguramente
foi uma minoria que optou por essa saída"
8: "Pouca coisa restou do passado desse povo, que não deixou nenhum
topônimo, exceto o nome da cidade que foi sucedâneo da missão que os defendeu
da fúria dos paulistas. Talvez, se não tivessem sido aldeados, teriam
sobrevivido por um tempo maior, como seus contemporâneos, os puri"
Tantos, velhos e sábios ou não, que cederam a alienação. Maior que a
igreja, só o dinheiro. Agora uma breve canção:
'O dinheiro é verdade, a verdade é dinheiro... isso tudo cê já sabe, ô
lelê. Falta só você dizer...'
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