Olhar cristalizado para o
alto. Aponta. Baila os dedos a alcançar aquilo. Anda. Estica mais e mais, nas
pontas dos pés. Respiração quase forçada a pulsar nas pontas dos dedos. Estica
mais. Arrebenta e cai.
Espatifa-se desajeitada de cara na corda. Respira agonia.
Empunhá-la e pula. Com passos cansados, foge e pula. Olhar esbugalhado a
desesperar meu Eu. Foge sem sair do lugar. Ensimesma-se em mim e sem bailar,
continua, ofegante, desesperada na busca. Joga!
E arrasta a corda em cobra. Roda, levando tudo o que
estiver no caminho. Pele vermelha de sangue quente. Minha pele. E desiste.
Maldita corda no rosto, esfrega em laços desordenados no cansaço da face. Sinto
o roçar áspero no desespero. E fala. Vomita inquirições cotidianas. A corda em
que pulava e atacava o ar a ferir os pés, a mesma que em cobra dançava entre o
chão e o vento, agora é terço.
E, alonga o terço e conta as contas numa Ave Maria
sufocante. A tragédia está posta. O corpo orgânico agora fincara-se na palavra
e gorfa a vida dada. Fere. Corre e como corre.
Mastigo aquele corpo e aquelas agudas palavras, que são
minhas também, em outra forma na mesma fôrma. Abandona o teço cobra-corda.
Objeto a objetivar-se ofegante na busca por uma direção.
Estamos
todos na mesma piroga. Mas me parece que, ainda faltam remos, mas nesta, usamos
o que temos, os braços e as pernas, com os olhos sempre voltados.
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